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Eu nunca quis ser bailarina.
Fiz ginástica artística dos 7 aos 15 anos e minha professora sempre falava “vocês tem que fazer ballet para melhorar postura e flexibilidade” e a única coisa que eu pensava era “eehh ballet, que tédio”! Sempre tive atividades físicas na minha rotina. Além da ginástica, fiz vela, natação e vôlei na infância, todo tipo de aula de academia, musculação (que detesto!) e até voltei para a ginástica de tempos em tempos, em turmas de adulto. Mas nada de dança, exceto pelo ocasional jogo de Just Dance.
Já com meus 25 anos, fui assistir a um espetáculo com tema dos Beatles, só porque gosto das músicas, e descobri que era o espetáculo de uma escola de dança perto da minha casa que oferecia aulas de jazz iniciante para adultos. Achei legal e resolvi me matricular. Frequentei até o meio do ano, quando as aulas começaram a se voltar para os ensaios do espetáculo de fim de ano. Como não queria me apresentar, acabei me sentindo deslocada e abandonei as aulas.
Apesar de ter gostado do jazz, sentia dificuldade nos movimentos e no ano seguinte já comecei com a ideia de fazer aulas de ballet, pois achei que me ajudaria a pegar a base para me desenvolver melhor em outras danças. Nesse ano, eu estava morando no Canadá e lá fiz aulas esporádicas de dança, em geral de ballet, mas também algumas de dança de salão e jazz. Percebi que, com ou sem habilidade, dançar me fazia bem.
Voltei para Recife em 2015 decidida a continuar dançando, me matriculei no jazz e no ballet, que a essa altura já tinha começado a me conquistar. Mais uma vez fiz aulas até o meio do ano, quando começaram os ensaios para espetáculo e abandonei novamente. Na mesma época, fiquei sabendo que minha antiga turma de adulto da ginástica estava aberta e retornei ao esporte. Passei alguns anos sem pensar muito na dança. De vez em quando procurava por aulas de ballet, que a essa altura era minha preferência na dança, fazia alguma aula experimental, mas não passava disso.
Aula de jazz em 2015
Até que, em 2020, já com 32 anos, estava dando um tempo da ginástica porque todo dia aparecia uma lesão nova e fiquei sabendo de uma escola de ballet perto da casa dos meus pais. Na aula experimental tinha a professora e uma única aluna, mas foi o suficiente: eu estava em casa. Me senti acolhida desde aquele primeiro dia. A professora Déborah perguntou sobre meu histórico, minhas lesões e motivações, e tomou todos os cuidados para que aquele momento fosse especial para mim. E foi tanto que até hoje continuo lá.
O lugar é o mesmo, a professora é a mesma, o horário é o mesmo. Mas aquela “única aluna” virou amiga, nossa turma cresceu e evoluiu, e eu evoluí junto com ela. A sala do ballet se tornou meu lugar preferido e as aulas se tornaram muito mais do que uma mera atividade física. É onde eu aprendo novas habilidades, supero desafios e evoluo todo dia um pouco, no meu tempo, do meu jeito. O ballet se tornou minha segunda casa, meu vício, meu refúgio.
E hoje sou bailarina.
E você, já fez ballet? Também é bailarina adulta? Ou nunca se arriscou? Me conta nos comentários!

3 comentários

  1. Muito bonito e muito bem escrito. Você é 10!!!!!!!!!

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  2. Eu amo ler seus textos, Cassilds. Esperava ansiosa seus e-mails quando você estava no Canadá.
    Eu lembro do seu início no balé e até do seu incentivo pra que eu te acompanhasse 😅
    É lindo ver você se dedicando, apaixonada pela dança e mais lindo ainda foi ver de perto sua entrega. Amei!

    Marília

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  3. Que massa, Cássia!
    Adorei ler e conhecer mais d sobre a tua história no mundo da dança. Tu é maravilhosa! 💖

    Nayally

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