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Plié e Prosa

Faltando exatos 30 dias para o 41° Festival de Dança de Joinville, resolvi contar como foi minha primeira experiência na Cidade da Dança. Eu nem conhecia o festival até 2022, quando um grupo do BFD estava se organizando para a viagem pois iriam se apresentar lá. Achei que seria uma experiência interessante acompanhá-las e ver de perto como é o evento. Acabei resolvendo tudo já próximo à viagem, então nem me envolvi muito no planejamento, só segui tudo que o grupo ia fazer e viajei sem saber muito o que esperar.
Chegando em Joinville a gente entende porque a cidade é conhecida como “Cidade da Dança”. Além de ser onde está sediada a única filial da Escola do Teatro Bolshoi fora da Rússia, durante as duas semanas do festival tudo respira dança. Desde decorações e anúncios do evento pela cidade, até palcos nos mais diversos locais onde acontecem apresentações de grupos de dança que vem de todo o Brasil para participar (inclusive o BFD, que se apresentou em 3 locais).
Teto de sapatilhas no Museu da Dança
A maioria das atividades do festival ocorre nos arredores do Centreventos Cau Hansen. Fizemos um tour pela Escola do Teatro Bolshoi, onde visitamos as salas de aula, salas de música, centro de preparo físico e até onde são feitos os figurinos, cada um mais lindo do que o outro! Também fomos nos bastidores do teatro, onde pudemos observar da coxia ensaios do festival e conhecer os camarins. Além disso, visitamos o Museu da Dança que, apesar de pequenininho, carrega a história do festival e da dança, com salas interativas e tour com uso de realidade aumentada.
Figurino do Bolshoi
A Feira da Sapatilha acontece durante os dias do festival e nela temos a oportunidade de conhecer lojas de todo o Brasil (e até algumas de fora), muitas trazendo novidades ou bons descontos. Algumas marcas que eu só conhecia de Instagram estavam lá, e outras que nunca tinha ouvido falar mas que passei a conhecer e apreciar. A feira é uma ótima chance para quem pretende comprar sapatilhas de ponta, pois várias lojas oferecem fitting e tem uma boa variedade de marcas e modelos concentradas no mesmo local. Eu mesma acabei comprando minha primeira ponta lá! Mas essa é uma história que vai ficar para outro momento. Ocasionalmente também nos deparamos com bailarinas conhecidas, como Luciana Sagioro e Claudia Mota, que foram para algum lançamento de marca ou que estão só curtindo o evento mesmo.
Na parede de sapatilhas da Só Dança
Uma das grandes vantagens de ir para o Festival é a programação didática. São oferecidos cursos de variados gêneros, teóricos ou práticos, para professores ou alunos, de diversos níveis e idades. Eu, que na época fazia aulas de ballet há 2 anos e meio, me matriculei em um curso para adultos iniciantes. Imaginem a minha surpresa quando descobri que as aulas aconteceriam em uma sala de aula do Bolshoi, com direito a pianista! Só por isso já teria valido a pena, mas não foi só isso que fez valer. Apesar de ter me sentido inibida em uma sala grande, cheia de pessoas desconhecidas, com uma professora que eu não estava acostumada, a experiência foi incrível. Percebi que nem todas as alunas eram iniciantes como eu, mas consegui acompanhar bem o nível das maravilhosas aulas da Vera Aragão, ex-bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Percebi que é muito interessante fazer aula com outros professores, conhecer novos métodos, didáticas e pontos de vista, tudo ajuda a evoluir. Meu maior desafio foi o desgaste físico de 5 dias seguidos com 2 horas de aula por dia, bem diferente do meu costume. No último dia estava tão destruída que à noite não conseguia me sentir confortável nem sentada para assistir às apresentações, tive que ceder ao relaxante muscular para terminar o dia. Mas garanto: valeu - cada - minuto.
Fazendo aula na sala do Bolshoi
Por fim, não posso deixar de falar sobre as noites competitivas, o grande motivo de tudo isso existir. As apresentações acontecem todas as noites, divididas em categorias que competem entre si. Eu já tinha assistido alguns espetáculos de ballet profissional fora do Brasil, mas, sendo bem sincera, não tinha noção de que no Brasil tinha TANTOS dançarinos de padrão tão alto, vindo de toda parte. Fiquei encantada com as apresentações de ballet clássico de repertório, maravilhada com o neoclássico, empolgada com o jazz e incrédula com as danças urbanas. Completando com as danças populares brasileiras e internacionais, sapateado e dança contemporânea, é inegável que tem dança para todos os gostos. Além disso, em algumas noites acontecem espetáculos de companhias profissionais. Se achou que não podia ficar melhor, se enganou, né?
Fiquei apenas durante a primeira semana do festival, mas foram 7 dias nos quais fiz uma imersão no mundo da dança, assisti espetáculos, fiz aulas, aprendi histórias, conheci marcas, encontrei pessoas. Voltei para casa com o sentimento de que abri minha cabeça (e meu coração) para algo que nem sabia que existia e com apenas um desejo em mente: ano que vem quero voltar.
Você já conhece o Festival de Dança de Joinville? Pretende conhecer? Me conta nos comentários!
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Se tem uma coisa que não suporto é faltar o ballet. Mesmo que seja só um dia, geralmente é o suficiente para passar uma semana inteira sem aula, e quando retorno depois da ausência sinto como se estivesse há um mês sem ir, toda travada ou mais dispersa. Se for dia de ensaio é ainda pior, pois além de me prejudicar sinto que estou atrapalhando os outros bailarinos que dançam comigo e as professoras que estão montando e ensaiando a coreografia.
Em aula, janeiro 2024
Como trabalho em home office, meu ritual em dias de aula ao parar de trabalhar é fazer o coque (que em alguns dias não colabora!), comer, me vestir e sair. Tudo com o tempo bem contado para chegar na aula uns minutinhos antes de começar. Sei que comparado com outras rotinas isso é muita moleza, mas é corrido e muitas vezes depois de um dia de desgaste mental, possivelmente com dor de cabeça, tudo que quero é me jogar no sofá e assistir algo leve, ou só deitar e fechar os olhos.
Nesses dias mais difíceis, tento não pensar muito e só ir no embalo da rotina para não deixar de fazer aula. Nos meus mais de 4 anos de ballet, já aconteceu de ter feito aula mal, de estar sem concentração, de não querer interagir com ninguém, de sentir que meu corpo não quer responder e de não conseguir decorar as sequências. O que nunca aconteceu foi eu terminar a aula e pensar “era melhor ter ficado em casa”. Nunca me arrependi de ter ido. Mas confesso que ocasionalmente, por diversos fatores, a fadiga vai além do cansaço do dia a dia. Às vezes só de pensar em me arrumar para sair falta disposição.
Um dia desses me peguei pensando até que ponto devemos “fazer o esforço”. Em que momento temos que ouvir nosso corpo ou mente dizendo “hoje não”? Quando é a hora de dizer “dessa vez vou me dar folga”? Para mim é um pouco difícil entender que esse momento existe. Que você só está ouvindo seu corpo e respeitando seu limite. Que faltar aula um dia porque o cansaço venceu não é o fim do mundo, é só um entendimento de que qualquer pessoa tem seus dias ruins e isso não te faz gostar menos do ballet ou ser uma aluna pior.
Cansaço "do bom", pós aula
Na semana passada, pela primeira vez, faltei uma aula “por nada”. A aula tinha sido antecipada porque teríamos ensaio em seguida e eu teria que correr um pouco mais para dar tempo de chegar no horário. Eu já vinha há uns dias me sentindo sem energia, mas um lado meu pensava: “Vou faltar só por causa dessa preguiça? Só pode ser besteira minha”. Mesmo assim, dessa vez tomei a decisão de não ir para a aula e descansar, me organizar com calma e usar o que me restava de disposição para ir ao ensaio. Para minha surpresa, ao fim de tudo senti que tomei a decisão certa, aquele, para mim, não era um dia para aula + ensaio.
Em geral, o ballet é meu descanso mental, um refúgio que me deixa relaxada e feliz, e por isso normalmente não quero abrir mão desse momento por nada. Eu nunca fui uma pessoa com energia infinita, muitas vezes faço as coisas com preguiça mesmo porque sei que, quase sempre, o difícil é só sair de casa. O que estou tentando entender e aprender é como diferenciar entre o dia que só preciso de um empurrãozinho e o dia que preciso me dar uma folga. Isso vale tanto para o ballet como para outras coisas da vida. Certamente todo mundo de vez em quando precisa de um descanso, seja ele físico ou mental, todo mundo tem seu limite.
E você, passa por algo parecido, ou sempre tem disposição de sobra? Sente remorso quando decide faltar aula ou não pode ir? Sabe perceber e respeitar seu limite físico e mental? Me conta nos comentários!
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Engenheira de formação, programadora de profissão, bailarina de coração. Sempre gostei de escrever. Encontrei no ballet não apenas um retiro para minha alma, mas também uma motivação para escrever e dividir minhas vivências, conquistas e dificuldades na dança.

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